Desde o mês de setembro quando comecei o contato com a
escola que atualmente estou aplicando o projeto, fiz o máximo possível para
explicar do que se tratava as intervenções com as crianças, a metodologia
inovadora, a contribuição que traria para a aprendizagem (etc.), tentando
conquistar ao máximo os professores e coordenadores da escola.
Aparentemente todos se interessaram instantaneamente e daí
eu pedi que cada um escolhesse o melhor dia e horário para que eu pudesse tirar
os seus alunos da sala regular para poder participar das aulinhas do Círculo.
Feito isso, fiz as divisões e dei inicio ao projeto.
Fiquei encantada com o quanto as crianças realmente nos
surpreendem com suas respostas e participam tanto com “chutes” sem medo de
errar quanto indo ao quadro exemplificar o que dizem. Eles de fato gostam muito
de estar ali e se sentem importantes naquele momento.
Entretanto, como nem tudo são flores, no decorrer deste
processo de troca de conhecimentos, me deparei com uma professora que se sentiu
incomodada com o interesse (eufórico) das crianças para o projeto e com as
retiradas de crianças da sua turma. Certa vez, quando fui buscá-los para mais
um encontro do Círculo, a professora me parou e disse que estava incomodada,
pois as saídas de pequenos grupinhos da sala estavam “bagunçando” a aula dela.
Naquele momento fiquei espantada com a maneira como ela falou, porém calmamente
disse a ela que o nosso objetivo não era atrapalhar, mas sim ajudar no desenvolvimento
das crianças. Perguntei a ela o que deveríamos fazer então para resolver a
situação, mas naquele dia nada foi feito, segui com as aulas como planejado.
Outra semana se iniciou e fui novamente buscar as crianças,
então esta mesma professora veio até mim para pedir que eu não retirasse os
alunos de sala, pois ela havia faltado alguns dias e precisava repor suas
aulas, entendi seu ponto de vista e perguntei que outro dia poderia voltar a
revê-los ela não se pronunciou a respeito. Essa situação seguiu ainda por umas
três semanas consecutivas, alguns dias eu consegui executar as aulinhas e
outros não. Já bastante chateada com a situação perguntei novamente como
poderíamos resolver, ela afirmou que o ideal seria atender as crianças em um
dia que não fosse à aula dela para não prejudicá-la.
Todos isso, de certa forma até me desestimulou a continuar o
trabalho com esta turma, pois com um clima pesado entre os professores as
crianças poderiam perceber e sendo assim se magoarem com ambos os lados. Tive
que repensar várias vezes que decisão tomar.
Hoje finalmente chegamos a uma conclusão, atendi as crianças
durante a aula dela, porém ao terminar perguntei qual era a outra professora
que trabalhava com estas crianças e qual seria o dia; ela me levou até esta
outra professora que já estava ciente do projeto e que me recebeu super bem,
afirmando que não haveria problemas nenhum retirar pequenas turminhas por vez
para executar as nossas atividades e que isso iria facilitar também o seu
trabalho com os outros.
Espero que ela continue de “bom humor” assim durante todas
as próximas semanas que seguem!
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