Nessa semana eu resolvi em algumas turmas usar a ideia da Viviane de usar uma escada de números. Mas na minha escada de números era o Mário quem subia a escada. A escada não tinha fim e ele precisava pegar a bandeira para passar de fase. Então eles escolhiam um número da escada que seria um portal até a bandeira e falavam de quantas maneiras eles podiam chegar até a escada. Um dos alunos deu a ideia de colocar alguns números bagunçados dentro da escada. Além de chegar no número da escada que era o portal, o Mario tinha que reorganizar os números na ordem para de fato chegar até a bandeira.
Outra atividade que eu fiz foi questioná-los sobre quantos peixes existiam no mar, quantas estrelas existem no universo, quantas formigas existem no mundo, quantas folhas todas as árvores da Terra têm juntas. Eles sempre chutavam um número. Eles se deram conta que não dava para contar porque eram muitos. Quando eles percebiam isso eu perguntava se eles tivessem infinitas formigas, folhas, estrelas ou peixes e tirassem 1000000 quantos ficavam. Se eles tirassem só um elemento do grupo, quantos ficavam? E se eles colocassem? Foi divertido em algumas das turmas vê-los apostando em vários números, para perceberem que não importa se colocarem ou tirarem, continuam infinitas formigas, folhas, estrelas ou peixes.
Resolvi também usar a sugestão que o Bob me deu no Workshop pelo Skype. Adaptei a forca nas turmas que pediram forca. Em quatro turmas eu fiz isso. Em uma delas estávamos falando sobre o infinito e começaram a falar em quantidade de pernas, minutos depois me pediram uma forca. Então eu fiz com que cada pessoa na sala tivesse uma forca. Eles tinham que me dizer quantas pernas teria o conjunto de bonequinhos na forca se as pernas fossem aumentando. Funcionou, eles logo associaram com multiplicação. Na turma que estava relutante nas outras aulas eu usei a forca com a quantidade de pernas aumentando. O aluno que mais parecia desinteressado foi no quadro e mostrou como se fazia para contar todas as pernas e ainda sugeriu uma atividade. Pediu para que os colegas desenhassem três grupos de 10 objetos e perguntou como contar o conjunto de todos os objetos.
Dois acontecimentos me deixaram muito feliz. Um dos meninos que teve a aula da forca adaptada, um dos que menos presta atenção e que menos participa, me viu no corredor da escola e me disse alegremente: "Tia, teve competição de tabuada na minha sala e eu errei só uma vez!". Isso fez o meu dia. Ele estava feliz com a matemática! O outro acontecimento foi em uma turma inteira. Eu perguntei a eles quantos cortes eles tinham que fazer dentro de um retângulo para colocar fotografias e fiz uma tabela com os valores. Foi bem simples, pois o número de espaços obtidos para colocar a fotografia era o número de cortes mais 1. Eu coloquei 10200 cortes. Quantos pedaços davam? Eles ficaram maravilhados quando falaram que era 10201. Parece a coisa mais boba do mundo, mas a felicidade deles valeu mais do que a complexidade.
Mas, claro que não foi tudo um mar de rosas. Algumas turmas não avançaram, em outras a bagunça foi superior e sempre tem que ter algum aluno desinteressado. Em três turmas tivemos que reconstruir os números negativos.
Enfim, espero que as próximas aulas sejam melhores e que não só os alunos aprendam, mas também eu aprenda mais.
Até logo, pessoal!
Jessica de Abreu Barbosa
Muito legal, Jéssica. É muito bom quando eles nos encontram pelos corredores da escola e compartilham a satisfação com a matemática. Boa sorte nas próximas aulas!!
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