Abordagem para o ensino da matemática de forma participativa, colaborativa e lúdica para estimular o aprendizado, auto-estima e gosto pela matemática. Projeto apoiado pelo Instituto TIM.

sábado, 23 de novembro de 2013

Tudo o que eles precisam...Você sabe?

Boa tarde,

Durante a semana me deparei com uma situação que me deixou com a cabeça cheia de questionamentos. Afinal, qual é o nosso real papel dentro de sala de aula?? O que os alunos esperam de nós professores??
Um de meus alunos sempre apresentou um comportamento difícil de lhe dá, onde muitas as vezes o próprio se denominava ''o capeta''. Todas as vezes que falava pra ele sentar na cadeira, meu pedido tinha uma duração de alguns minutos (quando não, segundos). Por inexperiência não sabia como contornar a situação, pois apesar de ter formação na aérea (o que na prática e bastante diferente do que muitas vezes me fora fantasiado durante a graduação) estou tendo pela primeira vez a oportunidade de ministrar minhas próprias aulas.
Enfim, eu não sou de gritar, eu procuro conversar e usar o que aprendi no Círculo da Matemática, sobre elogiar a participação do aluno, sem da ênfase quando obtiver a resposta correta e uma das táticas que estou usando nas aulinhas é passar a situação-problema e fazer mini grupos para eles usarem suas ideias no quadro.
Ao final de uma aula(labirinto) da turminha do aluno citado acima, eu resolvi parabeniza-los por não desistirem (resolvi não falar a resposta e usar vários exemplos de labirintos até chegar ao que não tem solução), e para minha surpresa eles estranharam dizendo que nunca foram parabenizados... Sinceramente eu me calei pois em uma outra turma que eu falei sobre a importância da participação deles sem medo de errar pois estávamos ali para aprendermos juntos, alguns me disseram que se eles responderem errado em sala de aula iriam ouvir berros! Nesses casos eu fico entre a cruz e a espada e de mãos atadas, sem saber o que falar.
Voltando ao assunto do aluno citado no início desse post, eu tive uma grande surpresa: estava arrumando a sala após finalizar as aulinhas do dia, e ele me apareceu perguntando se eu estava com pressa pra ir embora. Respondi que não e perguntei porque, e ele me informou que tinha feito um poema mas que foi expulso da sala e ninguém leu. Perguntei se ele me deixaria ler e ele disse que eu não iria entender a letra dele... Afirmei que iria conseguir sim, era só deixar eu tentar, e ele me deu o poema pra ler. Ele escreveu sobre a nossa tradicional chuva da tarde de Belém do Pará e eu li em voz alta pra ele ver como eu realmente entendia, e depois disse como o texto estava bom (e realmente estava) e sabe o que ele me disse?? Tio eu sou inteligente quando eu quero!
Não vou finalizar que desde desse dia todos foram ''FELIZES PARA SEMPRE'' e o comportamento dele mudou da água pro vinho porque isso não aconteceu, mas digo sinceramente que senti pequenas mudanças por parte desse aluno, principalmente com a diminuição da palavra ''capeta'' que soava constante da boca dele. Afinal tudo o que muitos querem é apenas atenção... uns mais que os outros, sendo que devemos ponderar bastante essas situações. Não devemos exigir demais de nossos alunos pois capacidade todos eles tem só que eles à demonstram quando bem entendem ou quando se sentem a vontade.

Atenciosamente,

Carlos Alves

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