Abordagem para o ensino da matemática de forma participativa, colaborativa e lúdica para estimular o aprendizado, auto-estima e gosto pela matemática. Projeto apoiado pelo Instituto TIM.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Analisando os questionários #Desabafo dos Professores da escola

Bom, na semana passada, após o término do II Workshop do Círculo da Matemática do Brasil, comecei a aplicar o primeiro questionário que visa identificar os conhecimentos iniciais dos alunos participantes do projeto.
Os estudantes tiveram muita dificuldade, a meu ver, para responder as perguntas propostas. Muitos indagavam insistentemente "Tio, como faz essa aqui?", "tem que escrever?", "tem que fazer conta?", "Ainda não entendi o que é pra fazer" e etc.  
Os professores da escola que viram os questionários criticaram a falta de didática em algumas das questões (considerando que as crianças da escola ainda não tem muita desenvoltura para a leitura) e a proposta de não intervenção por parte de nós, educadores. Segundo eles (os professores), crianças na faixa etária de 7 à 10 anos não desenvolveram ainda habilidade suficiente para responder questionários com aquelas temáticas, que eles afirmam ser “complexas demais” para os estudantes.
Apreciando estes comentários dos professores, e levando em conta a dificuldade que os alunos tiveram para responder o questionário, sugiro uma reavaliação pedagógica das perguntas do material visando uma separação por idade(ou faixa etária) de cada problema proposto, visto que as crianças em níveis escolares diferentes tem sua própria visão do que seja um problema, e isto pode influenciar no pensamento de resolução da situação problemática escolhida. Pois, segundo Pozo (1998), um problema só pode ser caracterizado como tal na medida em que há um reconhecimento dele por quem o analisa e quando este não dispõe de procedimentos automáticos para a resolução.         
Daí a importância da separação de perguntas por faixa etária, para priorizar o pensamento daquilo como problema visto pela criança e, obviamente, incentivá-la a responder o questionário.
Assim os coordenadores do Círculo, estarão realmente tendo uma noção do desenvolvimento destas crianças e todos nós, educadores e coordenadores do projeto, estaremos incentivando, desde o início, os alunos a pensarem sobre como a matemática pode ser divertida e útil nas estratégias para resolver problemas.          

Victor Ribeiro         

2 comentários:

  1. Oi Victor, seguimos as orientações pedagógicas dos professores Kaplan para esse questionário. Temos que confiar no julgamento e experiência deles. De fato, esperaríamos exatamente esse tipo de comportamento dos alunos. O que houve de errado nessa aplicação (tomara que não tenha acontecido) foi a interferência dos professores. A reação deles é esperada como o Bob e a Ellen já tinham previsto. Isso não quer dizer que não tenhamos que estar abertos a todos argumentos. Nesse sentido, voce poderia compartilhar eletronicamente o Pozo (1998), por gentileza? Vamos estudar para entender melhor o que ele propõe. Contudo, parece que parte de nossa missão é exatamente desmistificar esse tipo de mito. Excelente o seu post, muito obrigado, abraços, Flavio

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  2. Oi Flávio, só para esclarecimento, não houve interferência dos professores na resolução dos questionários. Eles apenas pediram para olhar a atividade que as crianças estavam tentando resolver.
    Com relação a citação que fiz sobre Pozo (1998), não possuo o documento on line,mas vou lhe dar a referência.
    POZO, Juan Ignacio (org.). A solução de problemas: aprender a resolver, resolver para aprender. Tradução: Beatriz Affonso Neves – Porto Alegre: Artmed, 1998.
    Ele trata da concepção sobre resolução de problemas, em diversos contextos (não só matemáticos), e dos algoritmos necessários para a obtenção de determinada solução, incluindo a reflexão sobre como se alcançará tal resultado.
    Acredito que esta ideia tem relação com a proposta do Círculo, devido ao incentivo às crianças do ato de pensar e refletir para descobrir os caminhos necessários para resolução de problemas.
    Abraço
    Victor Ribeiro

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