Abordagem para o ensino da matemática de forma participativa, colaborativa e lúdica para estimular o aprendizado, auto-estima e gosto pela matemática. Projeto apoiado pelo Instituto TIM.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Superando desafios com o olhar no futuro

A aprendizagem é um processo que envolve emoção. A forma como nos enxergamos no mundo afeta na nossa forma de nos relacionar com ele, de interagir com outras pessoas e com nossa forma de compreender as coisas.
E nada melhor do que começar fazendo isso no primeiro dia de aula!
Antes de iniciar as atividades com as turminhas no 4º Ano, eu resolvi conversar com eles sobre o potencial que eles tem e na ocasião relatei minha história de vida.


Moro no mesmo bairro que eles e conheço a realidade que eles enfrentam e esse foi o elo que eu precisava para começar meu relacionamento com eles. Estudei por muito tempo em escola pública , inclusive a mesma escola que muitos dos irmãos deles estudam e, apesar das dificuldades, eu consegui ingressar em uma universidade pública. E eu conversei com eles que não são as dificuldades que enfrentamos que determinarão quem nós seremos, mas as escolhas que nós fazemos hoje. Porque quando você acredita no que faz, não é a desvalorização do curso, as dificuldades da Universidade Pública e as dificuldades que enfrentamos como estudante de escola pública pra ingressar numa Universidade Pública, que serão capazes de tirar o brilho do rosto. E esse diálogo fluiu de uma conversa para atitudes positivas no grupo.
Uma das crianças me relatou no inicio de uma das aulas o seguinte:

- “Vou logo dizendo que eu sou ruim em matemática!”
Eu respondi: -”Mas aqui nas aulas você pode construir as ideias com a gente, dizendo todos os seus palpites sem medo de errar. Aqui não importa se você erra ou acerta. O importante pra gente é que você participe.”
Ele respondeu com um ar de surpresa: - “Ah! Muito obrigado.” E depois deu um lindo sorriso. E esse aluno foi um dos que mais participou da aula.

Na hora do intervalo, as crianças vieram me procurar e comentar sobre seus sonhos para o futuro. Algumas me disseram que amam inglês e que gostam de matemática. E nossa conversa se estendeu para outros momentos. 

E tem sido gratificante ver as crianças acreditando mais em si mesmas e sem o medo de errar.


(Karolynne Barrozo - Fortaleza-CE)

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