Abordagem para o ensino da matemática de forma participativa, colaborativa e lúdica para estimular o aprendizado, auto-estima e gosto pela matemática. Projeto apoiado pelo Instituto TIM.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Os números decimais

Olá a todos. Na semana anterior tive uma mesma aula com duas turmas que me levaram pra caminhos bem diferentes. Estávamos na reta e resolvi abordar a idade dos alunos da primeira turma. Uma aluna quis se desenhar no quadro e perguntei a ela que dia ela fez 8 anos e que dia faria 9. Perguntei depois em que mês nós estávamos e quantos anos ela tinha hoje. Ela me respondeu rindo "8 né, tia?". Mas um aluno olhou pro quadro e disse que ela não tinha 8 porque o 8 tava no dia marcado na foto e nem 9 porque ainda ia chegar. E enfim plantei a dúvida na cabeça deles e começaram a surgir várias indagações sobre inteiros e partes. Me pediram pra escrever no quadro um real e depois as duas ideias de como se escreviam os centavos. O próximo passo que eles deram foi colocar os meses entre as duas idades. Aí perguntei então: "Quantos anos Ana teria em 10 de Novembro de 2014?" Depois de muito falarem e pensarem e discutirem todos concordaram que ela teria "Oito anos e metade" que depois formalizaram pra "Oito anos e meio". Surgiu mais uma dúvida quanto a como escrever com números "Oito e meio". Eles não chegaram à mesma conclusão e foi fascinante. Um dos alunos pediu pra escrever "8.5" o outro pediu e escreveu "8.6". Perguntei o por quê pra cada um. O primeiro me disse "Tia porque 50 centavos é metade de um real e a gente escreve com virgula 5", já o segundo retrucou "Mas aí são meses. E os meses são 12, então metade de 12 é 6". Não pude conter minha empolgação com a discussão e quando já ia fazê-los pensar sobre a diferença das duas ideias meu tempo acabou.
Já na segunda turma, a mesma aula não teve o mesmo desenrolar. As conclusões foram rápidas e claras.

Minhas considerações são: quão fascinante uma simples pergunta pode ser e transformar mentes; a oportunidade da aula não ser muito longa a ponto de não solucionar todas as questões e deixar a mente deles borbulhando até a próxima aula ou até o próximo encontro no corredor da escola é fascinante; e que nem todas as aulas funcionam iguais para todas as turmas.


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