Abordagem para o ensino da matemática de forma participativa, colaborativa e lúdica para estimular o aprendizado, auto-estima e gosto pela matemática. Projeto apoiado pelo Instituto TIM.
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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Labirinto com Coordenadas

Apliquei o Labirinto em diversas turmas, mas verifiquei nas primeiras aplicações que seria difícil para os alunos pensarem na ideia de coordenada, pois não é um assunto que não foi trabalhado com eles anteriormente e a grande maioria não conhece o jogo Batalha Naval. Em vista disso, resolvi introduzir a ideia de coordenada como sendo a indicação do número da linha e do número da coluna dos quadrados do labirinto, após numerá-las de um a cinco. Além disso construíamos uma tabela para colocar as coordenadas que, a partir delas, era possível passar por todo labirinto segundos as regras e as coordenadas que não eram possíveis. A atividade, para muitos, ficou mais divertida e desafiadora, porque eles tinham de descobrir o que as coordenadas que davam certo tinham em comum, assim como as que não davam certo. Uma aluna sugeriu que as coordenadas que davam certo tinham um número ímpar e um par. Não sei se fiz bem, mas os alunos se divertiram bastante, tentando encontrar variados caminhos pelo labirinto a partir de diversas coordenadas.

Ana Paula Irineu,
São Paulo.

sábado, 20 de setembro de 2014

Situações inesperadas sempre poderão surgir...

Tentei usar a ideia de subsolo com um 3ºano, mas à exceção de uma aluna, nos prédios em que eles moram ou frequentaram o andar abaixo do térreo não é indicado como –1. Expliquei para os alunos que na reta era como nos prédios e fui preenchendo a reta com os números negativos junto com eles, sem problemas. Entretanto, eles não entendiam para que serviam os números negativos e então eu introduzi a ideia de ganhar e dever usando o banco como referência. Com alguma dificuldade, eles entenderam a ideia e fizemos alguns exemplos de operações. Com números maiores, eles se confundiam e assim, falei para eles que era possível realizar estas operações na reta como havíamos feito antes. Juntos, fizemos algumas operações na sem grandes problemas e eles parecem entender o conceito.
Numa turma de 5ºano, uma aluna já conhecia os números negativos, sabendo, inclusive, como operar com eles. Consegui apresentar esses números para esta turma sem grandes dificuldades, só precisei contextualizar o uso deles com a ideia do banco. Já numa turma de 2ºano não consegui trabalhar, satisfatoriamente, os números negativos com as ideias de temperatura e subsolo e nem com a do banco. Um aluno teve extrema dificuldade em entender a ideia de dever dinheiro e apesar disso ficava fazendo graça, dando pouca atenção às minhas tentativas de explicar isso para ele e atrapalhando o desenvolvimento da aula. Nesse encontro, consegui apenas esclarecer esse uso dos números negativos.  Assim, a ideia de ganhar e dever dinheiro é bem próxima da realidade dos alunos, mas não de todos eles e temos de estar preparados para lidar com este tipo de situações, em que o que foi pensado não ocorreu da forma esperada. Cada aula é um desafio a ser enfrentado. 

Ana Paula Irineu,
São Paulo. 

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Quando os olhos não podem ver...

Tenho um aluno cego em uma de minhas turmas de 1ºano do Círculo. Muitas questões me  preocuparam (e ainda me preocupam) assim que soube que teria um aluno especial em minha turma. Como interagir com ele? Como fazer com que ele acompanhe as aulas e possa participar efetivamente das atividades propostas? Como produzir um material adaptado que possibilite isso? Já havia lido algum material a respeito de deficiência visual e intelectual, surdez e inclusão escolar, devido a minha participação em um projeto, numa escola pública, com deficientes intelectuais. Mas apesar disso, nunca havia dado aula para cegos. 
Na primeira aula do Círculo, com essa turma, trabalhei figuras geométricas. Para o meu aluno cego, preparei figuras geométricas em papelão, coberto com papel camurça, já que o contato do cego com o mundo à sua volta se dá pelo som e pelo tato e, explorar as sensações que cada material proporciona é muito importante para o ensino destes alunos. Ele conseguiu identificar, facilmente, as figuras em papelão, mas teve dificuldades em perceber as formas em alto-relevo numa folha sulfite (feitas com tinta relevo), pois as figuras geométricas estavam muito juntas e isto atrapalhou sua identificação. Na aula após o questionário, levei um material adaptado para trabalhar a reta, mas ele não ficou muito interessado e resolvi não insistir. Na aula seguinte, tentei fazer com que ele acompanhasse o que estava acontecendo na reta dando informações, oralmente. Consegui que ele realizasse saltos de 2 passos em 2 passos e de 3 passos em 3 passos. 
Nesta semana, preparei o material abaixo, uma versão mais bem construída e maior daquela que havia levado antes. Usei barbante, uma caixa de papelão, tinta relevo e um pedaço de canudo, o qual pode se mover ao longo do barbante, representando a bailarina ou outro personagem. Expliquei para o aluno, tateando o material com ele, que era uma reta com números marcados, que se indicava no zero e terminava no vinte, que o barbante representava a reta e o canudo a bailarina (Esquelita, no nosso caso). 

Reta Numérica 1
Reta Numérica 2
Só indiquei, em Braille e com tinta relevo, os números de 0 até 9, pois ainda não sei como representar os demais números, mas pretendo pesquisar isso para a próxima aula. Após fazer um reconhecimento tátil do material, ele conseguiu realizar saltos de 2 em 2, de 3 em 3 e de 4 em 4. Na próxima aula, trabalharei operações na reta e acredito que ele será capaz de compreender a aula, com a ajuda deste material. Não é o ideal ainda, mas pode ser um começo... Agradeço qualquer sugestão para adaptação das atividades do Círculo.

Ana Paula Irineu,
São Paulo.

domingo, 24 de agosto de 2014

Como Introduzir os Números Negativos?

A partir de conversas com outros educadores de São Paulo, sobre a dificuldade de introduzir os números negativos e das sugestões que me deram, comecei a falar de números negativos, numa turma de quinto, refletindo junto com eles a ideia de ganhar e dever dinheiro. Após um dos saltos cair antes do zero na reta numérica ao fazermos a operação 4-5 na mesma e eles dizerem que não dava para calcular, perguntei para eles se já tinham visto o extrato de banco dos pais deles (depois que a ideia de temperatura não deu certo). A grande maioria disse que já tinha visto e então perguntei se haviam números com o sinal de menos e eles disseram que sim. Comentei com eles que isso ocorria quando estávamos devendo aquele valor, que podia ser tarifas que o banco cobrava ou dinheiro que estávamos devendo. Fomos conversando e perguntei a eles: “E se eu tenho 20 reais na conta e devo 40 reais, o que acontece?”, colocando 20 - 40 na lousa. Um deles disse que ficaria com zero e então eu perguntei: “Mas você não vai continuar devendo dinheiro? Os alunos disseram que sim e eu perguntei: “Quanto?”. Foi muito gratificante quando eles disseram que ficariam devendo 20 reais. Depois disso resolveram, sem problemas, a operação 4 – 5 e a aula, infelizmente, chegou ao final.

Ana Paula Irineu,
São Paulo. 

domingo, 17 de agosto de 2014

Primeira aula após o questionário 1

Comecei a trabalhar a bailarina com os alunos e já no início percebi que teria de estar atenta ao andamento da atividade, para poder instigar e tornar a aula mais desafiadora e interessante. Nas primeiras turmas o envolvimento dos alunos foi menor pois tive dificuldades em prender a atenção da turma e dinamizar a aula, mas com as dicas da Janaina, após ela assistir uma de minhas aulas, consegui melhorar neste aspecto. 
A aula depende muito da turma e uma delas em especial me surpreendeu quando eu falei de números negativos relacionando com a temperatura, após fazermos saltos que caíam antes do zero na reta numérica. Alguns deles responderam prontamente que haviam temperaturas abaixo de zero e que estas tinham o sinal de menos na frente, então expliquei que eram os números negativos e então eles me ajudaram a preencher a reta com estes números anteriores ao zero. A aula foi tão proveitosa que conseguimos efetuar operações na reta, cujos resultados eram números negativos. Mas isso só ocorreu em uma das quinze turmas em que leciono. Em muitas delas não consegui tocar no assunto, ou quando surgia a oportunidade e eu perguntava se haviam números antes do zero, os alunos negavam com muita convicção e quando eu dizia que esses números existiam, o clima de estranheza era geral. Assim, é preciso estar sempre atento, improvisar quando necessário, mudar de atividade na hora certa para mantê-los motivados e interessados, saber quando é possível ir além quando percebemos que eles podem conseguir avançar em determinado momento. Enfim, não é uma tarefa fácil, de maneira alguma...

Ana Paula Irineu, 
São Paulo.