Quando
comecei a dar aulas, ministrava em um colégio onde várias turmas que possuía sempre me pediam no começo da aula para brincarmos de
forca. Logo negociava os últimos minutos da aula para a atividade da pirâmide ou
o jogo da forca. Então comecei a me questionar como traria esse jogo tão
interessante a realidade deles junto à matemática. E foi ai que tive a ideia,
fiz uma proposta, disse que eles só poderiam jogar o jogo da forca se o
mesmo tivesse haver com matemática.
Uma ideia
que depois foi igualmente instigada a nós mesmos no workshop do Rio de Janeiro
pelo Bob e Ellen Kaplan. E pensando em atender
essa demanda instiguei aos alunos que criássemos uma forca dos números (como apelidamos)
que tivesse algo sobre o que estávamos aprendendo durante as aulas. E pensado
juntos surgiu à ideia de se fazer uma forca que envolvesse contas, onde cada
criança pensa em uma conta e coloca os espaços no quadro.
Os demais alunos precisam acertar qual o símbolo da conta e os números,
bem como o resultado. Os resultados às vezes surgem antes da conta o que os
instiga a tentar pensar em quais números precisamos somar ou subtrair pra
chegar aquele resultado. Bem como propor números que trabalham com dezenas,
centenas e milhares dependendo do tamanho da conta. Dependendo do nível da
turma podemos dificultar o jogo.
Colocamos a observação que pode haver dicas a pedido dos alunos. Exemplo:
É uma conta de soma? Subtração? Multiplicação. E assim sucessivamente. As
regras variam de acordo com a turma atendida, e as turmas fazem suas regras. Exemplo:
Hoje serão contas apenas de divisão, visto que teremos uma prova essa semana. E
por ai vai.
Fiquei feliz quando fiz isso, pois as turmas se tornam bem mais participativas
naquela época. Sentindo que contribuam mais com as aulas e não eram meros
ouvintes de uma matéria maçante e um monólogo interminável. Mas eles tiveram a
oportunidade de criar de serem ouvidos, de brincar com a matemática e gerar
suas próprias idéias. Ouvi e vi a turma unida propondo regras, comentando que
escreveriam um livro juntos, com suas idéias sobre matemática. Outro aluno
comentou que “roubaria” o meu lugar, e começaria a dar as aulas, ri muito e
adorei as idéias. E assim seguiu um dia excelente de interação da turma e companheirismo
entre eles.
E quando achei que esse momento “mágico” teria terminado ali, viajamos para
o workshop do Rio, e entre uma conversa informal com os amigos de Brasília. Comentamos
sobre o que haveria com esse jogo da forca visto que vários de seus alunos pediam
com freqüência para jogar esse jogo. Comentei o que havia feito e eles acharam
uma ótima ideia e que acrescentam outras e pediram para publicar no blog. E
comentamos que passaríamos a dar a forca dessa maneira, e usaríamos essa ideia
caso qualquer outro jogo surgisse. Então resolvi compartilhar com vocês caso
alguns alunos peçam o jogo da forca ou qualquer outro jogo que a principio não tenha
haver com matemática, visto que tudo é adaptável e que as crianças têm esse potencial
de criar e precisam se sentir participantes de todo o processo do aprendizado a
matemática. Segue abaixo um desenho da forca
Beijoos!
Ótimo Ana, isso já aconteceu comigo. Good idea !
ResponderExcluir:)
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