Abordagem para o ensino da matemática de forma participativa, colaborativa e lúdica para estimular o aprendizado, auto-estima e gosto pela matemática. Projeto apoiado pelo Instituto TIM.

domingo, 5 de outubro de 2014

Forca dos números

Quando comecei a dar aulas, ministrava em um colégio onde várias turmas que possuía sempre me pediam no começo da aula para brincarmos de forca. Logo negociava os últimos minutos da aula para a atividade da pirâmide ou o jogo da forca. Então comecei a me questionar como traria esse jogo tão interessante a realidade deles junto à matemática. E foi ai que tive a ideia, fiz uma proposta, disse que eles só poderiam jogar o jogo da forca se o mesmo tivesse haver com matemática.  

Uma ideia que depois foi igualmente instigada a nós mesmos no workshop do Rio de Janeiro pelo Bob e Ellen Kaplan. E pensando em atender essa demanda instiguei aos alunos que criássemos uma forca dos números (como apelidamos) que tivesse algo sobre o que estávamos aprendendo durante as aulas. E pensado juntos surgiu à ideia de se fazer uma forca que envolvesse contas, onde cada criança pensa em uma conta e coloca os espaços no quadro.

Os demais alunos precisam acertar qual o símbolo da conta e os números, bem como o resultado. Os resultados às vezes surgem antes da conta o que os instiga a tentar pensar em quais números precisamos somar ou subtrair pra chegar aquele resultado. Bem como propor números que trabalham com dezenas, centenas e milhares dependendo do tamanho da conta. Dependendo do nível da turma podemos dificultar o jogo.

Colocamos a observação que pode haver dicas a pedido dos alunos. Exemplo: É uma conta de soma? Subtração? Multiplicação. E assim sucessivamente. As regras variam de acordo com a turma atendida, e as turmas fazem suas regras. Exemplo: Hoje serão contas apenas de divisão, visto que teremos uma prova essa semana. E por ai vai.

Fiquei feliz quando fiz isso, pois as turmas se tornam bem mais participativas naquela época. Sentindo que contribuam mais com as aulas e não eram meros ouvintes de uma matéria maçante e um monólogo interminável. Mas eles tiveram a oportunidade de criar de serem ouvidos, de brincar com a matemática e gerar suas próprias idéias. Ouvi e vi a turma unida propondo regras, comentando que escreveriam um livro juntos, com suas idéias sobre matemática. Outro aluno comentou que “roubaria” o meu lugar, e começaria a dar as aulas, ri muito e adorei as idéias. E assim seguiu um dia excelente de interação da turma e companheirismo entre eles.

E quando achei que esse momento “mágico” teria terminado ali, viajamos para o workshop do Rio, e entre uma conversa informal com os amigos de Brasília. Comentamos sobre o que haveria com esse jogo da forca visto que vários de seus alunos pediam com freqüência para jogar esse jogo. Comentei o que havia feito e eles acharam uma ótima ideia e que acrescentam outras e pediram para publicar no blog. E comentamos que passaríamos a dar a forca dessa maneira, e usaríamos essa ideia caso qualquer outro jogo surgisse. Então resolvi compartilhar com vocês caso alguns alunos peçam o jogo da forca ou qualquer outro jogo que a principio não tenha haver com matemática, visto que tudo é adaptável e que as crianças têm esse potencial de criar e precisam se sentir participantes de todo o processo do aprendizado a matemática. Segue abaixo um desenho da forca
Beijoos!

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