Abordagem para o ensino da matemática de forma participativa, colaborativa e lúdica para estimular o aprendizado, auto-estima e gosto pela matemática. Projeto apoiado pelo Instituto TIM.
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sábado, 31 de maio de 2014

Novo espaço, novas surpresas, novas aprendizagens de alunos e educadores

Nesta última semana, a escola onde ministro as aulas do projeto estava com todas as salas ocupadas devido a chegada de uma nova professora. Visto isso, a coordenação providenciou a inserção de um quadro dentro da biblioteca para que as atividades do Círculo fossem alocadas para aquele espaço.
A priori, a mudança de espaço não alteraria, a meu ver, as atividades e o comportamento das crianças. Porém, ao entrar com a primeira turminha da semana, me deparei com uma situação totalmente nova e, por causa disso, senti uma imensa dúvida de como agir com aquelas crianças naquele momento.
Explicando a situação: Ao entrar na biblioteca, as crianças começaram a perguntar maravilhadas "Nossa tio, hoje nós vamos ficar aqui com os livros? Podemos pegar um pra olhar?"
Até aí estava tudo bem, é comum crianças se entusiasmarem por causa do espaço diferente. Porém quando respondi que iriamos fazer nossas atividades do projeto, eles pediram rapidamente "Mas tio, o senhor deixa a gente ver os livros rapidinho no final da aula? É que nunca deixam a gente ver."
Em seguida, perguntei se eles não frequentavam a biblioteca ou se já haviam ao menos ido lá alguma vez. A maioria afirmou já ter frequentado, porém nunca tinham permissão de mexer nos livros, e se mexessem ficariam de castigo ou a alguém chamaria a atenção "brigando", como eles mesmos dizem.
Nesse momento que senti uma enorme dúvida. Como poderia fazer as atividades do círculo sem inibir a curiosidade das crianças pela leitura? Porque, ao ver os livros, tudo que relacionava a matemática havia ficado em segundo plano para elas. O que as interessava realmente era poder olhar pelo menos alguns dos muitos livros existentes ali. Como eu, que tenho formação específica para ministrar aulas nas séries iniciais do ensino fundamental, poderia chamar a atenção dos alunos para a matemática sem bloquear o interesse pela leitura que estava tão vivo naquele momento?
Refleti rapidamente e decidi permitir que nos últimos 10 minutos de aula, no momento dos registros, que os alunos poderiam pegar um livro para ler ou olhar antes do retorno a sala habitual com a professora regente, desde que eles tivessem cuidado e mantivessem as estantes de livros arrumadas. As crianças ficaram muito felizes e participaram das atividades de maneira muito entusiasmada. Isso aconteceu em quase todas as turmas na semana, e eu procedi da mesma maneira com todas elas.
Sinceramente, não tenho ideia se os professores Bob e Ellen Kaplan aprovariam a minha atitude como educador do Círculo da Matemática, assim como a própria coordenação do projeto. Porém, como já discutimos várias vezes durante capacitações e trocas de e-mails, o objetivo principal do projeto é o desenvolvimento de competências por parte dos alunos, e não apenas a questão do conhecimento matemático. Devemos buscar o interesse do aluno pela busca do conhecimento, sem inibir suas curiosidade, e sim estimula-las. Trabalhar em espaços diferentes como a biblioteca, cheios de livros e outros materiais que chamam a atenção das crianças, pode ser um desafio em alguns lugares onde os alunos não tem acesso livre a esses espaços, mas devemos procurar a melhor maneira de incentivá-los sem bloquear o interesse por outras atividades não matemáticas.
Foi isso que eu tentei fazer quando permiti que os alunos tivessem acesso aos livres e, certo ou não, acredito ter sido a melhor decisão que tomei. Pois foi um grande prazer ver as crianças tão felizes em trabalhar "brincadeiras" na matemática, como elas mesmas dizem, e também ver os livros e revistas da biblioteca.


Um abraço a todos.
Victor Ribeiro - Belém/PA

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Pirâmide do Faraó

Sempre quando chego a escola, os alunos ficam felizes em me ver, na terça-feira aconteceu algo bem legal, um dos alunos do 3º ano também era meu aluno nas aulas do projeto no ano passado, quando ele me viu na fila ficou muito feliz e alegre! Ele ainda não sabia que as aulas haviam voltado, pois ele havia faltado nas aulas anteriores. Esse aluno foi o mesmo que ano passado falou que nem que ele tivesse que falar  com a diretora, mas as aulas do projeto não poderiam acabar. Eu fiquei igualmente feliz de vê-lo. Eu fui para a sala dele, e fui chamando cada turminha, ele foi da última turminha, e quando chegamos na sala, ele realmente ficou muito feliz por estar lá na minha aula.
A atividade que estou realizando essa semana é a da “Pirâmide do Faraó”. Os alunos adoraram quando eu estava desenhando a pirâmide na lousa, a maioria deles pensou que era um bolo, quando expliquei o jogo eles ficaram empolgados, a maioria deles não percebeu a questão de jogar em 1 ou 2 quadradinhos, houve apenas uma turminha que realmente percebeu isso, eu apenas falei para eles prestarem atenção principalmente nas últimas jogadas. Muitos achavam que eu ganhava na maioria das vezes por jogar mais vezes em 2 quadradinhos do que em 1. Eu fui fazendo com eles jogassem de 2 em 2, mas um aluno quando ganhou, ficou competindo com os outros e achando que era melhor que o colega, tive que conversar com eles sobre a questão de competição que não é só por que a pessoa ganha que  é melhor que o colega. Achei bem interessante que uma das alunas comentou que uma vez ela foi para um campeonato e havia perdido um jogo, ela falou que perdeu, mas que havia ganhado outra coisa mais importante, ela falou que ganhou dois amigos e que isso era muito importante. Todos concordaram que ganhar amigos também era importante.

Abaixo algumas fotos dos alunos jogando.


Ímpar ou par

Voltar com as aulas do projeto, foi realmente muito bom! Não só por as crianças lembrarem e de mim e ficarem ansiosas toda vez que entro na sala para levá-los para minhas aulas, mas também pela oportunidade de propiciar a experiência do projeto para outras crianças.
Semana passada quando fiz a atividade dos números pares e ímpares, modifiquei um pouco, escrevi de um lado da lousa “Par” e alguns números pares e do outro “Ímpar” e alguns números ímpares, para facilitar para os que não sabiam ler, coloquei os números pares em um círculo e os ímpares em um quadrado. Em seguida falei vários números até que eles tivessem entendido, depois resolvi dar números aleatórios escritos em um papel para os alunos, e quem tivesse com um número par iria para um lado da lousa e quem tivesse com número ímpar iria para o outro. Essa modificação foi bem interessante, ao meu ver, pois cada um iria analisar com seu próprio conhecimento em vez de apenas repetir o que os colegas falavam e quem não havia entendido poderia entender. Depois que cada um deles já havia escolhido o seu lado, eu pegava o papel de cada um e perguntava para eles se o número seria par ou ímpar. Foi bem interessante, eles rapidamente aprenderam. Até me surpreendi quando perguntei a um dos alunos qual o maior número que ele achava que existia para vermos se seria par ou ímpar e ele falou infinito, aproveitei para falar um pouco sobre o infinito.