Abordagem para o ensino da matemática de forma participativa, colaborativa e lúdica para estimular o aprendizado, auto-estima e gosto pela matemática. Projeto apoiado pelo Instituto TIM.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

A segunda conversa




Início e desenvolvimento



Depois de quase 15 dias sem ter um círculo com a turma do segundo ano, voltei para pegá-los e levá-los para ter uma conversa na sala de leitura.
Como ainda não estou familiarizado com o nome de todos, fiz a chamada, depois recapitulei o nome de cada um, anotando-os no quadro que, posteriormente, viriam a ser apagados para a realização da atividade.


Eles riam a cada nome pronunciado errado.


A pergunta inicial foi: O que vocês mais gostam de fazer na matemática?
Um voz aguda no meio da sala, respondeu: Construir números!
Era o Cristhian com seu braço levantado.
- Otima ideia Cristhian! Como você constroi seus números? Eu perguntei.
- Coloca o 1 e o do 2. Ele respondeu.
Anotei “12” e perguntei se era assim, ele confirmou.
Olhei para Emily e a perguntei como ela formava os números dela.
- Eu coloco um 4 e o 2.
- E, abaixo do número do Cristhian, eu anotei o número da Emily.
E depois disso, eles foram me dizendo números e eu anotando. Até o número 100.000 saiu. Fizemos isso por cerca de vinte números.


Problemática



Depois de anotá-los, eu perguntei se o número 1 do primeiro número que o Cristhian me deu tinha o mesmo valor que o 2 que vinha em seguida(12), eles disseram que não. Eu fiquei muito feliz e, perguntei: Então qual o valor do ‘1 e qual o valor do 2?
Eu estava satisfeito e esperava que eles respondessem que era 10 e 2.
Mas, em consenso, a sala bateu o pé e disse que no ‘12’ o 1 valia 1 e o 2 valia 2. E eles estão certos. Eu segui perguntando: E no 42, quanto vale o 4 e quanto vale o 2? 4 e dois, professor, respondeu o Caio com sua cara como quem está pensando “Isso é obvio, professor! Como você pergunta isso?”.


Discussão a partir da problemática



Passado esse momento, falei para eles que em uma cidade distante, havia um homem que colecionava bombinhas em casa, e que quando ele atingia 10 bombinhas elas explodiam e ele tinha que doar para a casa vizinha.
Fiz uns palitos em formato de casa e coloquei algumas pontos(bombinhas), inicialmente em uma quantidade para não explodir e, posteriormente, eles fizeram as primeiras explosões. Quando aconteceu a primeira explosão, veio a sugestão de construir outra casa.
Inicialmente, uma das perguntas que eu mais fiz, foi: Quantos pontos são necessários para haver uma explosão? Alguns alunos disseram 4, outros 6, e apenas uma disse 10, na primeira vez que eu fiz essa pergunta. Ouvi a opinião de cada um deles e depois entramos em um consenso que seria o 10 mesmo.
Utilizando os números que estavam no quadro, eu coloquei a quantidade na primeira casinha, a das unidades, que ainda não recebeu esse nome, e fui fazendo as explosões para eles se familiarizarem com essa ideia da explosão.
Depois disso, já quase no fim da aula, a pergunta que eu mais insisti com eles, foi: De quantos pontinhos é feito esse ponto menor? E, por que? Me referindo aos pontos maiores que estavam na casa das dezenas.
Por fim, usando alguns números, eu pedi que eles colocassem o número de pontos que cada um representava, e fiz a mesma pergunta, se os pontos que estavam na casa da dezena tinham o mesmo valor em relação aos que estavam .


Análise da aula



Eles compreenderam que cada pontinho que está na dezena vale 10 e que o 3 do número 32, equivale a 3 bolinhas nas dezenas, mas ainda não conseguiram visualizar que o 3, em seu valor posicional equivale a 30 e nem que 32 pontinhos nas unidades, equivalem a 3 pontos maiores na dezena, e apenas 2 pontos menores nas unidades, por isso colocamos até 64 pontinhos nas unidades e ficamos fazendo as explosões.
A aula foi muito mais uma discussão do que ida ao quadro por parte dos alunos.


Finalizando a aula, fizemos duas rodadas da máquina de funções.


Perspectivas



          Que os alunos possam compreender que dependendo do lugar onde o algarismo esteja, ele pode ter um valor diferente, além da decomposição.  E foi por aqui que eu resolvi começar com eles. É só o começo de uma grande conversa.


Abraços

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